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quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Próxima China


Nos últimos dez anos aqui nos Estados Unidos, falar da China tem sido falar de um lugar longe para caramba, onde a gente terceiriza nossa produção por 1 dólar a unidade para vender no mundo inteiro por 100 dólares. Essa realidade está ficando para trás. 

Com a tranferência tecnológica dos EUA para a China, os chineses fizeram seu dever de casa e passaram a desenvolver seus próprios produtos com baixo custo para atender mercados pouco regulamentados, como o Brasil, por exemplo. Daí a invasão de produtos chineses que baniu do mercado nossos brinquedos Estrela, nossas camisas Hering e nossas bicicletas Caloi. Pelo que sei, essas marcas, ressurgiram das cinzas graças a uma quase milagrosa reestruturação estratégica que as levou a atender um nicho de mercado que ainda não aceita os produtos chineses. 

Eu disse ainda, porque os chineses estão cada vez melhores no que fazem. Com mais renda, o trabalhador chinês compra mais. Com mais vendas, o mercado interno chinês contrata mais mão de obra. Com mais oferta de emprego, o trabalhador chinês escolhe onde vai trabalhar. Com mais escolhas, as empresas têm que aumentar os salários para atrair os melhores talentos. Pagando salários mais altos, as empresas chinesas já não podem mais aceitar os míseros preços impostos pelos EUA para serem seus fornecedores. Aliás, as empresas chinesas estão encontrando preços melhores para fornecer para o mercado local, que está em franca expansão. Assim, de maneira geral, os preços, que sempre foram relativamente constantes aqui nos EUA, estão passando a aumentar. Para conter essa onda de inflação, os americanos estão buscando a próxima China!

Para ocupar essa vaga, o país tem que ter mão de obra barata, relativa estabilidade política e infraestrutura portuária e aduaneira para garantir as entregas dentro do prazo. Hoje, o porto mais movimentado do mundo é o de Shangai, na China, e também um dos mais eficientes em alfândega. Mas, onde mais podem ser produzidos os produtos americanos de classe mundial? Quem será a próxima China? Os países mais cotados para essa posição são Coréia do Sul, Indonésia, Bangladesh, Nigéria, Malásia, Tailândia, Turquia e a África do Sul. E aí? Quem vai levar esse bolão?




Trajano Lima faz MBA nos Estados Unidos e antecipa tendências no Mercadologicando
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